Telemóveis que dão música (Visão 7)
Pela primeira vez, ninguém pedirá aos espectadores que desliguem o telemóvel à entrada da Sala Suggia. Bem pelo contrário. Quem tiver um smartphone deve levar a bateria carregada porque ele irá juntar-se a instrumentos musicais como o saxofone (tocado por André Dias), percussão (Gilberto Bernardes) e instrumentos eletrónicos a cargo da plataforma artística da Casa da Música, Digitópia Collective. Antes disso, só será necessário descarregar uma aplicação homónima disponível para Android e iOS (na App Store ainda se encontra em fase de testes).
A ideia partiu do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), do Porto, e pretende demonstrar que os telemóveis podem ter outro tipo de utilizações. "Queremos que as pessoas decidam quando vão interagir durante o concerto, usando o telemóvel como um instrumento musical", explica Rui Penha, investigador e um dos responsáveis pelo projeto, autor também de algumas obras que serão interpretadas em conjunto com Carlos Guedes (INESC TEC e New York University em Abu Dabi), Neil Leonard (Berklee College of Music, Boston USA) e José Alberto Gomes (Casa da Música). Entre outras particularidades, o público pode participar no concerto abanando, simplesmente, o telemóvel cujo ecrã vai assumindo diferentes cores.
Serão mais de mil telefones ligados à rede wi-fi num enorme "desafio técnico e artístico" até hoje nunca experimentado. Rui Penha está, por isso, expectante com o espetáculo, já que o resultado final só será conhecido esta noite. Se correr bem, este invulgar Concerto de Smartphones irá repetir-se em Boston, nos Estados Unidos da América, em março de 2016, e em Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos, ainda no próximo ano. Por cá, os bilhetes (€10) ainda não esgotaram, por isso, ainda vai a tempo de assistir ao concerto desta noite na Casa da Música.