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Tecnologia da música em destaque no INESC TEC

A computação sonora foi o tema principal em cima da mesa no evento internacional com organização INESC TEC e que trouxe à cidade invicta centenas de especialistas.

Evento internacional INESC TEC traz centenas de especialistas ao Porto

A computação sonora foi o tema principal em cima da mesa no evento internacional com organização INESC TEC e que trouxe à cidade invicta centenas de especialistas. A Conferência ISMIR – International Society for Music Information Retrieval, que se realizou entre os dias 8 e 12 de outubro, é prova da capacidade do INESC TEC para catapultar a sua investigação, trazendo a Portugal eventos internacionais de alto calibre.

UM DOIS

Catapultando a ciência INESC TEC

A tecnologia ao serviço da música – foi este o mote para a Conferência ISMIR, organizada pelo INESC TEC em parceria com o Teatro Nacional de São João (TNSJ) do Porto. Na ISMIR figurou a relação música–computador e o objetivo era, acima de tudo, apresentar o que de melhor se faz atualmente ao nível de sistemas de pesquisa musical e de recomendação automática, demos e outras aplicações ligadas a esta área. O crescente interesse sobre esta vertente confirma-se, segundo Fabien Gouyon, investigador da Unidade de Telecomunicações e Multimédia (UTM) do INESC TEC, pelo facto de a primeira conferência ISMIR, realizada em 2000, "ter tido umas poucas dezenas de participantes oriundos dos Estados Unidos, enquanto a ISMIR 2012 recebeu perto de três centenas de elementos de toda a Europa, América do Norte e Sul, Japão, Rússia, Turquia, Israel, Coreia, entre outros”, afirma.

TRêS QUATRO

A investigação nesta área é motivada pelo desejo de oferecer aos amantes da música, e profissionais da música e da indústria musical, métodos robustos, eficazes e viáveis, ferramentas que os ajudem a localizar, recuperar e experimentar a música. A presença neste encontro de investigadores ligados a empresas como a Google, Shazam ou Last FM ajudou também a confirmar a relevância desta área. Para Fabien Gouyon, o interesse pela investigação tem, portanto, "acompanhado o crescimento no mundo empresarial, com casos como o iTunes, e o aumento da venda 'online' de música". E o resultado desta conferência não podia ter sido mais positivo: ao promover a discussão de trabalhos científicos numa área de estudo que tem vindo a ser sido impulsionada pela revolução no armazenamento e distribuição de música através de meios informáticos, o INESC TEC conseguiu assim catapultar e trazer para a ribalta uma área que é mundialmente reconhecida.

Quando um computador é “artista” musical

O Mosteiro S. Bento da Vitória no Porto foi o local escolhido para o evento que recebeu cerca de 260 participantes de áreas diversas como musicologia, ciência cognitiva, biblioteca e ciência da informação ou ciências da computação. Com um programa amplo e diversificado, esteve ainda em evidência o diálogo entre a música e a computação sonora, e que está a revolucionar a forma como a música é produzida, ouvida e armazenada. Do programa fizeram ainda parte várias apresentações de posters, intervenções de keynote speakers, dos quais se destacou José Carlos Príncipe (docente na Universidade da Florida, EUA, e presidente do Scientific Advisory Board do INESC TEC), e ainda um conjunto de concertos onde os artistas musicais eram acompanhados por computadores.

CINCO SEIS

Organizado por Fabien Gouyon e Carlos Guedes, também investigador da UTM, este evento de cariz científico colocou em destaque um tipo de música que existe porque existem computadores. Segundo Carlos Guedes, “agora em vez de pensarmos nas formas tradicionais, melodia, harmonia e ritmo musicais, tentamos organizar ‘ruídos’ que são gerados por um computador ou que são gravados e depois expandidos e articulados no tempo. A música tem a ver com esta articulação do som no tempo”, realça. Um dos mais recentes desafios destas técnicas é a chamada audição computacional, ou seja, “ensinar computadores a ouvir música tal como a ouvimos”, revela o investigador. Os sistemas são ‘treinados’ para ouvir humanos, podendo depois responder musicalmente de improviso, um aspeto em evidência neste evento.

Em discurso direto

José Carlos Príncipe

  • José Carlos Príncipe (Keynote Speaker, Universidade da Florida, EUA)

“Gostei imenso do local da conferência, dos tópicos apresentados e da audiência. Apreciei particularmente a gratificação instantânea que senti ao ouvir os resultados de diferentes metodologias de processamento de sinal associadas a peças musicais e recuperação musical. Trata-se de um avanço e melhoria significativos relativamente aos gráficos e tabelas que normalmente são apresentados nas conferências em que participo. Deste modo, não posso deixar de dar os meus parabéns aos organizadores e de lhes agradecer pelo convite que em endereçaram. Esta não será, com certeza, a última vez que participo no ISMIR!”

Fabien Gouyon

  • Fabien Gouyon (UTM/INESC TEC, comissão organizadora)

“Creio que a conferência foi um sucesso. Recebemos cerca de 260 participantes oriundos de todos os cantos do mundo. O evento ficou marcado pelas intervenções de três keynote speakers convidados que abordaram temas muito diversificados. Gostaria de destacar o painel sobre um tema extremamente importante que é o das avaliações de algoritmos. De facto, estão a multiplicar-se as iniciativas nesta área e com este painel conseguimos juntar uma amostra muito representativa do estado da arte nesta área, um tema muito ‘hot’ junto desta comunidade e em muitos campos de investigação.

Não posso deixar de destacar também a iniciativa que marcou o fim da ISMIR 2012, que foi o Late-breaking news, organizado como uma ‘unconference’ ou como ‘barcamp’. Isto quer dizer que enquanto o programa de uma conferência normal é definido com antecedência, aqui o programa era criado na hora. Os investigadores chegavam e falavam do que queriam, sendo que havia várias sessões a decorrer paralelamente. Ao nível de organização foi um momento caótico, mas correu muito bem e conseguimos dar tempo e lugar a temas mais espontâneos que normalmente surgem em conversas informais.

Destaco ainda o local da Conferência, que era muito agradável, e de agradecer ao TNSJ por abrir as suas portas a uma conferência científica”.

Emmanuel Bigand

  • Emmanuel Bigand (Keynote Speaker, Universidade de Bourgogne, França)

“É provável que as novas tecnologias da música venham a desempenhar uma importância cada vez maior até porque oferecem uma nova perspetiva dos desafios educativos e saudáveis encontrados atualmente na nossa sociedade. A ISMIR funcionada como uma janela para estas tecnologias e para o seu potencial desenvolvimento. A conferência foi organizada de uma forma muito eficiente, alternando entre sessões plenárias, apresentações interativas de posters e discussões entre participantes. O local escolhido era apropriado para comunicações informais e o ambiente era amigável, mas sério.”

Oscar Celma

  • Oscar Celma (Gracenote, EUA)

“Participo na ISMIR há quase 10 anos. Para mim, trata-se de um evento muito especial, onde podemos testemunhar não só a investigação avançada no âmbito da computação musical, mas também conviver com amigos e colegas de longa data, e promover discussões interessantes sobre o futuro da indústria musical.

Na Gracenote estamos muito felizes pelo apoio que prestamos a esta comunidade e por isso somos patrocinadores do evento desde 2009. Acreditamos firmemente que há um grande potencial em algum do trabalho apresentado na ISMIR. Do ponto de vista de transferência de tecnologia, alguns trabalhos de investigação podem mesmo ser adaptados pela indústria nos próximos anos.

Numa nota pessoal, gostaria de destacar a sessão "Demos & Late-Breaking News", organizada como um Barcamp, um tipo de unconference. Acredito que os participantes realmente apreciaram esta sessão e espero poder ver mais iniciativas deste tipo nas próximas ISMIR.

Por último, gostaria de felicitar os organizadores (Fabien, Carlos, e o resto da equipa) pelo seu maravilhoso trabalho na organização da ISMIR no Porto. Estão de parabéns!”

 

BIP de outubro 2012

 

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