Start-ups portuguesas em digressão internacional
Kinematix
Engenharia do Porto lucra com ObamaCare: “Yes, they can”
A Kinematix aproveitou o financiamento de quase dois milhões de euros assegurado pela capital de risco “Portugal Venture” para abrir uma filial em Boston, nos Estados Unidos. É na maior economia do mundo - a única que garante uma “escala para permitir estar no preço certo” - que esta “spin-off” do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto (INESC Porto) prevê aproveitar o programa “ObamaCare” para “beneficiar tremendamente” as suas tecnologias que prometem, por exemplo, reduzir os custos com internamentos prolongados.
Os Estados Unidos oferecem maior estabilidade regulatória em tecnologias médicas e entre os diversos estados, ao contrário da Europa, e os dois primeiros produtos da empresa já estão certificados pela agência norte-americana “Food and Drug Administration”. O ‘Walkinsense” monitoriza os movimentos do corpo relativamente à distribuição do peso na planta do pé, enquanto o “Movinsense” mede a posição e o tempo dos doentes acamados, evitando feridas ou quedas.
Perto de 90% da engenharia é feita no Porto e em série, enquanto a produção do “hardware” é feita na Polónia, Portugal, Espanha e China “Temos uma elevadíssima produtividade comparada com as empresas que competem connosco”, apontou o CEO, Paulo Santos, esclarecendo estar a falar de “multinacionais que estão em cada um dos países” onde operam comercialmente.
O financiamento garantido em Outubro soma aos 2,4 milhões de dólares que tinham sido investidos pela mesma sociedade em 2008, um ano após a criação da empresa durante um mestrado em inovação e empreendedorismo tecnológico na Faculdade de Engenharia do Porto. E garantiu as condições para instalar a base nos EUA e “começar a contratar pessoas de muito alto nível que possam facilitar” o sucesso comercial, ao nível do marketing e desenvolvimento.
Por outro lado, acrescentou o gestor de 49 anos, a Kinematix partilha também com a “Portugal Venture” o objectivo comum de “captar outros investidores para que a empresa se torne, na realidade, global, e possa competir a muito alto nível” no destino.
Jornal de Negócios, 19 de março de 2014