Robot STAMINA tem “costela” portuguesa e quer revolucionar a indústria automóvel (Sapo Tek)
O STAMINA é um robot destinado às tarefas de picking e organização na produção e armazenamento de componentes na indústria automóvel. Segundo o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), entidade portuguesa envolvida no desenvolvimento do autómato, o objetivo é simples: melhorar os índices de automação abaixo dos 30% que se registam de momento no setor e em relação a estas operações em particular.
Este é um “sistema robótico com sensorização avançada”, destinado ao “planeamento, manuseamento de peças, navegação autónoma e integração no sistema de execução de produção de fábricas na área automóvel”. E pode ser a solução para o facto de os robots atuais “operarem apenas em ambientes em que tudo tem uma ordem específica, ficando desorientados quando algo sai da norma”, refere o INESC TEC em comunicado.
Foi em 2013 que as sete instituições responsáveis se juntaram para criar o STAMINA, num projeto europeu que envolve cinco milhões de euros de investimento por parte do 7º Programa-Quadro da União Europeia. São elas o portuense INESC TEC e também as universidades de Aalborg (Dinamarca), Freiburg (Alemanha), Bonn (Alemanha) e Heriot-Watt (Escócia), apoiadas pela empresas francesas BA Systèmes e PS Peugeot Citroen. O fim do desenvolvimento está previsto para março de 2017 e a tecnologia encontra-se no laboratório de robótica que o INESC TEC tem na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
O STAMINA recorre a lasers e câmaras para reconhecer o espaço em que se movimenta, ao passo que o braço robótico integrado “pode ser utilizado para uma grande diversidade de tarefas de manuseamento”. Informações oficiais indicam que este robô pode ser programado e controlado mesmo por pessoas sem experiência na área da robótica.
“Este projeto vai abrir novas oportunidades para as PME na área da indústria da produção”, acredita Germano Veiga, que é um dos investigadores portugueses envolvidos na criação do STAMINA. “Os robots inteligentes vão permitir às empresas uma atualização mais frequente dos seus produtos e uma capacidade de resposta maior. As tarefas de montagem final no setor automóvel têm um nível de automação baixo, pelo que o aumento da sua produtividade é uma necessidade na manutenção destes setores na Europa”, explica o membro do Centro de Robótica Industrial e Sistemas Inteligentes do INESC TEC.
Os resultados correntes do projeto serão apresentados agora na AUTOMATICA, a feira de robótica industrial que decorre entre os dias 21 e 24 deste mês em Munique, Alemanha. Além do STAMINA, o INESC TEC, juntamente com outras empresas, mostra ainda outras novidades inseridas no projeto europeu SMERobotics, que se enquadra na Iniciativa Robótica Europeia para o Fortalecimento da Competitiva das PME na Indústria de Produção.