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Onde falham as empresas nascidas nas universidades?

As spins-offs académicas, ou seja, as empresas nascidas nas universidades e politécnicos, têm dificuldade em obter financiamento e em chegar com sucesso aos mercados estrangeiros. A área de vendas também não é suficientemente valorizada pelos empreendedores académicos, que assumem ter uma visão muito técnica

Ter um bom produto não chega se ninguém o comprar. Apesar de esta ser uma velha máxima do mundo dos negócios, continua a ser dificil as empresas nascidas em universidades chegarem ao mercado. Quem atesta esta realidade é Manuel Au-Yong Oliveira, investigador do INESC TEC, um dos coordenadores de um estudo que se realizou em quatro países: Portugal, Holanda, Polónia e Finlândia.

O estudo integra-se no projecto Spin-up, financiado pela Comissão Europeia no âmbito do Programa Erasmus (cooperação entre empresas e universidades). Este trabalho contou com a participação portuguesa do INESC TEC e da Advancis Business Services e teve como base entrevistas as 99 CEO de spin-offs das academias dos quatro paises em análise.

O estudo conclui que as spin-offs criadas nas universidades e politécnicos tém uma visão muito técnica do negócio e descuram a vertente comercial, o que afecta o crescimento das empresas.

«Verifica-se que a área das vendas tem uma conotação negativa. Os empreendedores académicos têm muitas vezes a expectativa de que o produto se vende sozinho e por isso não apostam, em especial desde o início, em profissionais especializados nesta área, nem em estudos prévios de receptividade dos produtos e serviços pelo mercado, por exemplo, em termos do preço a praticar», explica Manuel Au-Young Oliveira.

Outro entrave ao crescimento das empresas empreendedoras nascidas nas academias dos países estudados é a obtenção de capital. A crise financeira internacional fez com que os investidores se retraissem. A atravessar particulares dificuldades estão as empresas que dependem do mercado interno. As empresas a nível nacional não fogem à regra: «Portugal tem graves problemas de escala. Somos 10 milhões e o país está com dificuldades económicas», constata o investigador do INESC TEC.

Deste estudo saiu um Programa de Formação Avançada em áreas como vendas. marketing e inovação, finanças e internacionalização, que já teve sessões-piloto em três países. «Pretendemos dar um empurrãozinho aos empreendedores, portugueses mas não só, e ajudá-los a chegar mais longe», assegura Manuel Au-Yong Oliveira.

Os parceiros internacionais deste estudo são a Leaders2B e e a Universidade Técnica de Delft (ambas na Holanda) e a Universidade de Tecnologia de Lappeenranta (Finlândia).

Semana Informática, 16 de outubro de 2013

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