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Movimentar navios em Leixões com tecnologia portuguesa (Jornal de Negócios)

O 3Port foi desenvolvido pelo INESC TEC e pela empresa Triede TTI. São oito módulos que trabalham para um objectivo comum: tornar as decisões de gestão portuária mais simples e mais rápidas.

Em 2014 entraram no Porto de Leixões mais de 2.600 navios. A movimentação das embarcações nos portos é uma das principais tarefas da gestão portuária. A pensar nisso, foi desenvolvida uma solução tecnológica que permite gerir de forma mais célere as actividades de um porto. Foi desenvolvida em Portugal, pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (1NESC TEC), em conjunto com a empresa Triede Tti - unia empresa com mais de 30 anos e que se dedica à engenharia civil tendo conhecimentos na área dos portos - e está já implementado no Porto dc Leixões. Chama-se 3Port.

3port

Lino Oliveira, investigador do INESC TEC responsável pelo projecto, explica ao Negócios que este sistema é composto por oito módulos, sete dos quais apenas para actividades específicas do porto. sendo o outro um módulo público. Isto é, permite que os cidadãos possam saber em tempo real o que está a acontecer no porto, através de um site (livcrnap.apdl.pt). Este conjunto de módulos opera para o mesmo objectivo: iiiterligação de áreas estratégicas e partilha de dados de forma a facilitar a gestão portuária. Méni disso, esta ferramenta está totalmente baseada na web e foi concretizada com o recurso a ferramentas de “open source” (código aberto). Dos sete módulos relativos às actividades do porto, uni deles é dedicado à hidrografia. O investigador português explica que, no âmbito deste projecto, desenvolveram um conjunto de algoritmos. E com estes dados, juntamente com o apoio de alguns levantamentos hidrográficos, é possível mostrar se um navio pode, ou não, navegar em determinada área, de forma mais simples. Os restantes seis módulos são relativos ao tráfego portuário (em que é possível fazer unia monitorização em tempo real e o planeamento da movimentação dos navios), ao doniinial Oigado à gestão de áreas licenciadas e concessionadas), aos estudos e obras, à prevenção e segurança (permitindo alertar e acompanhar incidentes), ao ambiente e ao cadastro e património.

“À partida, a coisa mais importante num porto é a entrada e saída de navios. Ao termos uma ferramenta que consegue, muito rapidamente, dotar as pessoas que têm de tornar decisões (le informações credíveis e em tempo real” é-lhes dada urna grande vantagem, defendeu.

Mauro Ferreira, da Triede Tti, considera que esta solução está alinhada com as necessidades dos portos. “Esta ferramenta que introduzimos vem trazer uma componente geográfica à gestão [dos portos] e não é algo que estes sistemas habitualmente disponibilizem. É uma solução muito orientada para as actividades que decorrem dentro da área portuária. Estamos a falar de um processo de negócio e esta [solução] está alinhada com um processo de negócio. Esta solução é inovadora no sentido em que agiliza tarefas que são realizadas pelos técnicos, orientando-os e facilitando a sua realização e até ultrapassando algumas etapas que, com outras ferramentas, seria necessário mais trabalho dos técnicos e a um conhecimento mais profundo das situações”, disse ao Negócios.

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Solução adaptável e com a ambição

Lino Oliveira aponta que, de todos os estudos qué realizaram, esta solução, com estas características, é única. O 3Port está já implantado no Porto de Leixões e ambiciona agora alcançar portos estrangeiros. Para isso, esta ferramenta foi já apresentada a portos do Brasil, Angola, Chile e Peru. Lino Oliveira explicou ainda que, apesar de os portos poderem não ter todos as mesmas características, esta ferramenta é passível de ser adaptada de forma a poder ser usada em vários locais.

Jornal de Negócios, 16 outubro de 2015

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