Você está aqui: Entrada Notícias & Eventos Mário Couto: Fora de Série do BIP 141

Mário Couto: Fora de Série do BIP 141

"... o ambiente de trabalho na USE é bastante agradável, conciliando a boa disposição com rigor e responsabilidade.", Mário Couto.

1. Soubemos que trabalhou várias noites e fins de semana em julho. Em algum desses momentos lhe passou pela cabeça ser eleito “Fora de Série”?

Não. Nesses momentos isso não me passou pela cabeça. Estava essencialmente focado no cumprimento da tarefa. Ao longo deste projeto, surgiram várias situações inesperadas que exigiram uma rápida resposta, mas esta terá sido a mais crítica, dado o escasso tempo disponível para apresentar resultados. Apesar de serem situações desgastantes e bastante dispendiosas em termos de tempo, acabam também por ser as mais motivadoras. É grande a satisfação quando se supera um desafio. Com esta eleição, a minha satisfação é claramente reforçada. Por isso, fico orgulhoso com este reconhecimento do meu trabalho, além do mais, sabendo que no INESC TEC existem colegas com muita qualidade que poderiam ter sido eleitos.

2. Qual a sua ligação ao INESC TEC e como surgiu a oportunidade de trabalhar cá?

Atualmente sou bolseiro de investigação no projeto CitInES. Iniciei a minha ligação ao INESC TEC em setembro de 2010, após concluir o curso na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP). Através do Prof. Nuno Fidalgo, tive a oportunidade de começar a trabalhar na Unidade de Sistemas de Energia (USE), colaborando no projeto ASIRP (Análise e Selecção de Intervenções para Redução de Perdas), tendo depois integrado o CitInES.

3. Lembra-se da primeira vez que ouviu falar no INESC TEC? Qual era a imagem que tinha da instituição?

Recordo-me que ao longo do curso fui-me habituando a ouvir esse nome. Na faculdade, lembro-me de vários professores falarem de forma entusiástica sobre a participação do Laboratório Associado em projetos de investigação e de cooperação com a indústria. Estes exemplos contribuíram para que ficasse com uma boa impressão da instituição e tivesse uma ideia geral do tipo de trabalho aqui desenvolvido.

4.Qual é a sensação de trabalhar na USE? Na sua opinião, a que se deve o sucesso e fama internacional desta Unidade?

Sinto que o ambiente de trabalho na USE é bastante agradável, conciliando a boa disposição com rigor e responsabilidade. Atualmente a energia é um tema em foco mundialmente e a USE, fazendo uso do seu know-how, penso que tem sabido aproveitar este clima favorável, tornando-se líder no conhecimento científico na sua área de atuação.
A USE tem trabalhado em projetos de relevância na área dos sistemas elétricos de energia, nos quais, através de abordagens inovadoras, tem apresentado resultados de reconhecida qualidade. O sucesso é algo que não surge por mero acaso e, quando atinge uma dimensão internacional, é sinal de que a USE tem elevados níveis de competência e qualidade científica. E esse sucesso só é possível graças à dedicação e grande competência técnica das pessoas que compõem a unidade.
As boas relações entre os elementos da unidade e o forte conhecimento técnico dos colaboradores, associados a uma vasta experiência acumulada em projetos nacionais e internacionais, são fatores determinantes que, no meu entender, colocam a USE num patamar de excelência e fazem dela uma unidade de referência.

5. Que benefícios poderá trazer para a sua carreira esta experiência de trabalho no INESC TEC/USE?

Esta experiência traz, sem dúvida, benefícios notórios. Desde logo, o facto de a USE ter diversos projetos na área dos sistemas de energia possibilita uma aprendizagem contínua de novos conceitos e metodologias. Como na USE existe uma constante produção científica sobre as novas temáticas dos sistemas elétricos de energia, tenho a possibilidade de ter conhecimento sobre as futuras tendências da minha área profissional. Por outro lado, na atividade de investigação, somos confrontados com a procura de novas soluções, o que nos leva a desenvolver uma forma mais objetiva e sistemática na resolução de problemas e a ter uma atitude mais positiva perante os novos desafios.

6. Como descreveria a experiência de colaborar no projeto CitInES?

A participação no CitInES tem sido uma experiência bastante enriquecedora. Integrei este projeto desde o seu início e tem sido muito motivador verificar que o trabalho que tenho vindo a desenvolver tem dado os seus frutos. Destaco o facto de este projeto ser importante para a promoção da sustentabilidade energética em contexto urbano, o que significa que poderá ter impactos sociais significativos, contribuindo para a eficiência energética e redução de emissões poluentes.
O CitInES visa criar uma ferramenta que permita auxiliar cidades e complexos industriais na definição de estratégias energéticas de longo prazo. A metodologia que está a ser desenvolvida assenta numa abordagem que considera simultaneamente diferentes vetores energéticos: eletricidade, gás e calor/frio. A ferramenta será testada em duas cidades italianas (Bolonha e Cesena) e numa refinaria turca.                
Este projeto, devido à sua multidisciplinariedade, permitiu-me adquirir uma visão mais abrangente sobre a energia. Uma vez que a minha formação académica é em engenharia eletrotécnica, tinha uma visão acerca da energia muito focada na parte elétrica. Considero muito positiva a participação num projeto europeu, pois possibilita a partilha e discussão de ideias, o que contribui para alargar os nossos horizontes. Pude também compreender a alta complexidade que existe em desenvolver ferramentas de planeamento energético, devido ao elevado número de variáveis que estão em jogo e aos diversos processos físicos que necessitam de ser modelizados.
 

7. Qual foi o maior desafio de conceber e implementar um modelo de investimentos de expansão da rede elétrica em tempo recorde?

O maior desafio foi selecionar de, um grande conjunto de dados, aqueles que seriam mais adequados para incluir no modelo. Inicialmente, e durante alguns meses, a informação foi muito escassa, mas muito perto da avaliação do projeto, obtivemos um imenso e muito disperso conjunto de dados, o que obrigou, numa primeira fase, a um processo de análise e tratamento dos mesmos. Esses dados incluíam uma série de informações sobre as áreas dos quarteirões das cidades, evolução do número de habitantes, consumos energéticos anuais por setor (residencial, comercial, industrial), nível de construção, requalificação energética dos edifícios nos próximos 20 anos, integração renovável prevista, etc. O tratamento da informação, a validação e o teste do modelo, juntamente com o curto espaço de tempo, constituíram um conjunto de bons desafios.

8. A implementação modelo a tempo da última reunião do CitInES foi determinante para a avaliação do projeto?

Foi um dos pontos relevantes avaliados na última revisão do projeto. No início não estava previsto um modelo deste tipo, mas tornou-se importante com o aproximar da última avaliação. Os representantes das cidades, sendo os “end-users” da ferramenta, mostraram-se interessados em dispor de um modelo para estimação dos investimentos. O investigador principal concordou, pelo que tivemos de conceber rapidamente este modelo, para que pudesse ser avaliado pelos revisores do projeto na reunião de julho.

9. Os seus planos profissionais passam pelo mundo académico ou pretende tentar uma experiência na indústria?

Essa é uma questão sobre a qual tenho pensado ultimamente. Contudo, não está totalmente definido qual opção seguirei. Da minha participação no CitInES, constato que existem vários caminhos a explorar e que podem ser interessantes para desenvolver um trabalho de doutoramento, mas, ao mesmo tempo, tenho interesse em ter uma experiência na indústria.
Acima de tudo, julgo que o mais importante é continuar a desenvolver as minhas capacidades e ampliar o meu conhecimento, para que possa ser perfeitamente capaz de agarrar as oportunidades que surjam.

10. Terminaremos este questionário, pedindo que comente a sua nomeação, a qual foi feita pela coordenação por Manuel Matos, coordenador da USE.

O Mário Couto tem sido um colaborador duma dedicação e eficiência notáveis, nomeadamente no projeto CitInES. Sempre que as circunstâncias o exigiram, ele sacrificou noites e fins de semana para tratar das questões urgentes ou inesperadas. Tal foi o caso do ocorrido no mês de julho, em que surgiu a necessidade de conceber um modelo de investimentos de expansão da rede elétrica em função das características geográficas das zonas da cidade (densidade populacional, nível de construção, etc.). Este modelo, que  não estava previsto no DoW (Description of Work) mas foi considerado indispensável pelo Investigador Principal e pelos representantes das cidades, foi implementado em tempo recorde, para ser incluído nos resultados da última reunião (no final de julho) com os revisores do projeto.

É gratificante ver o meu trabalho elogiado por uma pessoa bastante competente e rigorosa como o Professor Manuel Matos. Estas palavras são um grande estímulo para dar continuidade ao meu trabalho, por isso, futuramente, espero continuar a contribuir com bons resultados.

Quem Somos

O Connect INESC TEC junta os antigos colaboradores do INESC TEC. Pretendemos manter ligações fortes com os nossos antigos colaboradores, que podem aqui receber notícias sobre o Laboratório Associado e manter contacto com os seus antigos colegas.

Cadê Você?

Ler mais