Internet potencia novos modelos de negócio
A Associação para a Promoção e Desenvolvimento da Sociedade de Informação (APDSI) levou mais uma vez a debate as potencialidades da Internet e das redes sociais e a forma como estas estão a transformar o paradigma dos negócios um pouco por todo o mundo.
Na realidade, as empresas nacionais têm ainda um longo caminho a trilhar no sentido de aproveitarem plenamente as potencialidades da Web e das novas redes sociais. Conforme explicou Ramiro Gonçalves, do Grupo de Trabalho do Negócio Electrónico, «apenas 35% das empresas utilizam a Web para fazer comércio electrónico» e «só 60% têm um site Web».
Face aos valores divulgados, Ramiro Gonçalves defende ser importante «ensinar as empresas a seguir o trajecto do comércio electrónico, dando-lhes consultoria e não apenas as ferramentas para o fazer». Este responsável recordou ainda que «a questão da atratividade no site é algo determinante», bem como a segmentação, sendo que «qualquer uma delas não existe na larga maioria dos sites de comércio electrónico em Portugal».
O mesmo Grupo de Trabalho analisou ainda a questão da acessibilidade nos sites portugueses. E, embora o estudo completo deva ser apresentado apenas no próximo ano, José Martins deixou já as primeiras conclusões saídas de uma análise exaustiva às páginas das mil maiores empresas portuguesas.
«Apenas foi possível avaliar 80% dos sites das empresas em causa», já que as restantes «ou não tinham elementos de acessibilidade na sua página ou nem sequer tinham site Web», refere o mesmo responsável. Por seu lado, «em média cada site apresentava 600 erros que evitavam a acessibilidade a pessoas com dificuldade» e, na realidade, apenas quatro empresas «tinham sites acessíveis: a Centrocar, a GSK, a Lanidor e a Sodicel».
Já no que às redes sociais diz respeito, Vítor Santos, do ISEGI, lembrou que em poucos anos tudo mudou e a verdade é que «agora, em 2013, na era das redes sociais, nós já não conseguimos estar sozinhos». Um cenário que altera tudo à nossa volta: «Por exemplo, a aprendizagem faz-se na Internet e com recurso ao contraditório», disse este responsável. Feitas as contas, também as empresas devem entrar neste jogo, «tendo uma postura mais social e tentando cada vez mais inovar», conclui Vítor Santos.
Inovar e estar atento à mudança foi também um dos conselhos deixados por Manuel Oliveira, do INESC – TEC. Para este responsável, o mercado TIC «é extremamente excitante e nada monótono».
A verdade é que empresas que já foram grandes no passado hoje em dia «quase nem existem ou perderam uma boa parte do seu valor». Exemplo disso «é a Nokia, agora nas mãos da Microsoft, ou o Instagram, entretanto comprado pelo Facebook». Nesse sentido, as empresas, para se manterem atractivas ao mercado, «terão necessariamente de mudar e de se adaptar», ao mesmo tempo que devem conseguir «antecipar tão rápido quanto possível as novas tendências que possam surgir».
Promover o investimento
A conferência da APDSI contou ainda com a participação da Busy Angels, uma empresa que promove e participa no desenvolvimento de projectos empresariais em diferentes sectores, indústrias e geografias, com especial foco naqueles ainda em fase de startup. Entre os projectos em que já participou contam-se a Weduc – para a área da educação –, a inesting – no web e mobile marketing – ou a bewarket – uma plataforma para social commerce.