Interesse por projecto é determinante para ser exportado a nível mundial
Simpósio sobre micro-redes terminou com visita à loja do InovCity em Évora
A responsável pela comunicação do InovGrid explicou que “o que se pretendeu com esta visita foi que os participantes do congresso visitassem um centro de excelência dentro daquilo que são as melhores práticas que se estão a fazer ao longo de todo o mundo, bem como o impacto que tem sobre o dia-a-dia dos consumidores de Évora”. Neste caso concreto, através da visita a um café, os visitantes ouviram as explicações de uma empresária que alterou os seus hábitos tradicionais, “conseguindo ter um comportamento mais eficiente em termos de consumo energético”.
Vera Nunes adiantou que os participantes no simpósio ficaram “agradados” com a forma “como conseguimos interagir com o nosso público-alvo, com a proximidade que temos com os nossos consumidores e com a forma como nos posicionamos dentro da localidade”. E prosseguiu: “Esta é, afi nal, a nossa missão. Estamos, aqui, a trabalhar para um objectivo comum que tem em vista a satisfação do consumidor final”.
A mesma dirigente referiu que os consumidores, ou seja, todos os que aderiram e quiseram participar neste projecto, têm dado um feedback bastante positivo, “nomeadamente ao nível da redução do consumo que ascendeu aos 3,9 por cento,”. Contudo, Vera Nunes frisou que, além deste resultado, há que ter em conta os impactos futuros que a valência do projecto irá ainda ter. “É bom lembrar que estamos ainda numa fase muito inicial. Tudo isto vai derivar para uma sofisticação ao nível de tarifas e de fornecimento de serviço. Como tal, temos ainda um grande caminho a percorrer”, advertiu.
Inovadores contadores de energia eléctrica são obrigatórios até 2020
Nesta comitiva que visitou a loja do InovCity estava também Peças Lopes, professor da Faculdade de Engenharia da Faculdade do Porto e investigador do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto, uma das pessoas que esteve na génese deste projecto, afirmando ter sido com agrado que o viu implementado e com
previsões de ser exportado para todo o mundo.
“O modelo funcional e grande parte das especificações que, entretanto, vieram a ser
implementadas foram realizadas pelo nosso instituto. Como tal, é uma grande satisfação vir a Évora, em particular, aqui, e encontrar o projecto implementado”, admitiu, acrescentando ser muito diferente produzir coisas no papel, fazer simulações, e depois verificar que as coisas funcionam mesmo.
O investigador lembrou que há uma directiva comunitária que impõe, até 2020, que 80 por cento dos sistemas de contagem de energia eléctrica sejam deste tipo. Portanto, disse acreditar que este projecto vá naturalmente ser estendido a grande parte dos consumidores de baixa tensão em Portugal. Além disso, garantiu um potencial de exportação para outros países “se for aproveitada a experiência que ganhámos e o
conhecimento que temos, obtendo ganhos para todos nós”.
Recorde-se que por esta loja do InovCity já passaram mais de mil visitantes que levaram informação sobre o projecto aos quatro cantos do mundo. Para além da loja, os participantes desta iniciativa internacional puderam ver um carro eléctrico, como este é carregado num lugar público de estacionamento, bem como um posto de transformação de energia eléctrica em pleno centro da cidade de Évora.
Diário do Sul, 5 de setembro de 2012