INESC TEC lidera projeto para contador inteligente
O INESC TEC lidera um projeto europeu para o desenvolvimento de um contador inteligente, um dispositivo que “pretende, de forma automática e com um custo baixo”, que não deverá exceder os 100 euros, “interagir com sistemas de contagens dos maiores fornecedores de eletricidade, água e gás, rentabilizando todas as tarifas associadas e trazendo benefícios para o consumidor final”, diz a instituição em comunicado.
A plataforma deve estar disponível até 2017 e o projeto, que decorre desde Janeiro passado e durante 36 meses, conta com um investimento de 2,97 milhões de euros, sendo financiado em 2,44 milhões pela Comissão Europeia no âmbito do programa Horizonte 2020.
A AnyPLACE (Adaptable Platform for Active Service Exchange) está integrada num consórcio europeu que inclui ainda as entidades portuguesas Efacec Energia e Bosch Termotecnologia, além da Universidade Técnica de Viena (Áustria), Universidade de Ciências Aplicadas Ostwestfalen-Lippe (Alemanha), Joint Research Centre (JRC, da Comissão Europeia), Power Plus Comunications AG (Alemanha) e Kreis Lippe der Landrat (Alemanha).
“Atualmente temos em casa diferentes contadores que são da responsabilidade dos distribuidores de energia, que nos oferecem várias tarifas de água, gás e eletricidade”, diz João Peças Lopes, responsável pelo projeto e diretor do INESC TEC. “A solução que vai ser desenvolvida é, no fundo, um gestor energético capaz de integrar a informação de todos estes contadores, mostrá-las ao utilizadores e permitir que eles escolham o perfil mais económico”.
“Integrando a telemedição de vários recursos energéticos, a plataforma AnyPLACE vai permitir gerir e controlar ativamente as redes eléctricas, ajudando a mitigar problemas operacionais relacionados com a variabilidade na produção de energia a partir de fontes renováveis”, diz ainda o comunicado.
Por exemplo, se “numa certa altura do dia há um excedente na produção de energia eólica que faz decrescer o custo da energia”, a plataforma “recebe a informação de preço em tempo real e, de acordo com o perfil de utilização, actua sobre os dispositivos domésticos de modo a aproveitar essa tarifa”, nota Peças Lopes.
A plataforma é modular e pode assim “ser adaptada a qualquer habitação, independentemente das tecnologias existentes”.
A primeira fase do projeto “consiste na análise dos comportamentos energéticos nos quatro países envolvidos no consórcio”, passando-se depois para a sua implementação e testes em laboratório dos módulos da plataforma. No final, haverá uma demonstração da plataforma com a participação de 15 a 20 utilizadores, na Alemanha.