Inesc Tec cria solução que muda perspetivas de vídeos 3D consoante a atenção
Personalized Multiview Environment. Em português, significa Ambiente Personalizado Multivista. No Inesc Tec, a denominação é conhecida por corresponder a uma nova solução que permite ao espectador mudar, automaticamente, as perspetivas de visionamento de um vídeo 3D.
Além da envolvência permitida pela estereoscopia, o protótipo agora anunciado pelo instituto portuense distingue-se por adaptar automaticamente a perspetiva dos vídeos visionados consoante o foco de atenção do utilizador. Segundo o Inesc Tec, o foco de atenção do utilizador é detetado através dos movimentos dos olhos e da cabeça do utilizador, enquanto vê um vídeo, munido dos óculos 3D.
A estas características a solução junta outra que poderá ser especialmente valorizadas no segmento da TV sobre IP: o débito exigido por cada cena é automaticamente adaptável à largura de banda disponível no acesso usado pelo telespectador. «O protótipo vai oferecer ao utilizador uma sensação mais realística de imersão na cena, de acordo com os seus interesses e de uma forma que lhe é transparente, fornecendo em cada instante a melhor qualidade possível com soluções cost-effective», explica, num comunicado do Inesc Tec, Maria Teresa Andrade, investigadora que desenvolveu, juntamente com Tiago Costa, o protótipo Personalized Multiview Environment.
Além do recurso a múltiplas câmaras instaladas ao longo da cena que se pretende filmar, o protótipo pressupõe ainda a existência de uma webcam e um módulo de processamento no local em que se encontra o telespectador. É através da webcam e do módulo de processamento que o sistema deteta os movimentos de cabeça e dos olhos que indiciam quais os focos de atenção momentâneos.
No futuro, os investigadores do Inesc Tec contam testar motores de inferência que poderão vir a ser usados para prever quais os focos de atenção do utilizador, ainda antes de realizar os movimentos de olhos e cabeça.
A quem duvida do potencial do Personalized Multiview Environment, Maria Teresa Andrade responde dando o exemplo do que a nova tecnologia pode fazer quando se vê um concerto gravado em 3D: «É como se estivesse presente no próprio local do concerto e se virasse para a sua direita ou esquerda para melhor apreciar a guitarra, o baixo ou o pianista».