Especialistas analisam no Porto questões críticas do desenvolvimento aeronáutico
A diretora científica do Programa Carnegie Mellon Portugal (CMU Portugal), Joana Mendonça, que adiantou hoje a informação, explicou que aquelas matérias estão entre as que serão analisadas no âmbito de uma mesa redonda no INESC TEC, do Porto.
"Há áreas tecnológicas que ainda não estão suficientemente desenvolvidas em Portugal", constatou Joana Mendonça, aludindo ao "potencial de aplicação aeronáutica" do setor da manufatura aditiva, como é o caso da impressão metálica 3D. A investigadora referiu-se ainda às pequenas empresas de base tecnológica que, sublinhou, poderão ser de "grande importância para o desenvolvimento do setor".
Joana Mendonça lidera, a par de Granger Morgan, da Carnegie Mellon University, uma das Iniciativas Empreendedoras de Investigação no âmbito do CMU Portugal, intitulada "Dinâmicas de inovação em aeronáutica e na Embraer em Évora: Uma plataforma distributiva para iniciativas empresariais, emprego e desenvolvimento de capacidades", que arrancou em junho de 2014 e que tem duração prevista até 2018.
Frisando que o projeto tem como objetivo "potenciar a capacitação de Portugal para se estabelecer a atuar" no setor da aeronáutica, a investigadora explicou que este se alicerça em três vertentes distintas: cadeia de valores (onde é abordado o papel das pequenas empresas de base tecnológica), tecnologias com potencial de implementação (caso da manufatura aditiva) e competências ao nível da indústria.
Joana Mendonça defende que há ainda "muito trabalho para fazer", uma vez que só estão decorridos seis meses do projeto, mas frisa a "predisposição das empresas em colaborar com instituições de ensino superior".
É neste contexto que decorrerá o 'workshop' desta sexta-feira, o primeiro no âmbito deste projeto, em que se pretende criar uma "rede de partilha de experiências entre indústria e universidade", para "aferir o impacto dos resultados do investimento para o setor e para empresas expressarem o seu entendimento".
Esta iniciativa está a ser desenvolvida no âmbito do CMU Portugal, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, e envolve várias entidades parceiras, como a empresa brasileira Embraer, IN+/IST, a Carnegie Mellon University, o Instituto de Engenharia Mecânica do IST (IDMEC) e o Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel (CEIIA).
O Programa Carnegie Mellon Portugal tem origem na colaboração entre o governo português e a universidade norte-americana de Carnegie Mellon na área das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), iniciada em outubro de 2006.