Você está aqui: Entrada Notícias & Eventos Dourogás faz parceria para negociar compra de gás natural nos EUA

Dourogás faz parceria para negociar compra de gás natural nos EUA

Energia Governo quer posicionar Portugal como porta de entrada alternativa do gás norte-americano na Europa.

A Dourogás aliou-se a um conjunto de parceiros nacionais e internacionais para negociar a compra de gás natural norte -americano.

A terceira maior comercializadora nacional de gás natural é um dos grupos energéticos que integra a comitiva aos EUA liderada pelo ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, a convite do secretário de Estado da Energia norte-americano, Ernest Moniz.

"Há mais de um ano que estamos a juntar operadores de gás natural e clientes finais para criar a massa crítica suficiente para fazer este negócio. Portugal pode ganhar bastante com isto e para nós revela-se uma boa oportunidade", afirmou ao Diário Económico o presidente da Dourogás e da Goldenergy, Nuno Moreira.

Com 26,8% de quota de mercado, a Dourogás foi a empresa que mais cresceu, no último ano, no mercado liberalizado, disputado por dois grandes operadores: a Galp e a EDP, com 27,2% e 46% do total de consumidores, respectivamente.

O reforço da concorrência interna é assim, a par do posicionamento de Portugal como porta de entrada das futuras exportações de gás natural norte- americano para a Europa, um dos objectivos da missão aos EUA.

Uma estratégia que ganhou um novo protagonismo com o agravamento do conflito militar entre a Ucrânia e a Rússia, que levou a Holanda e a Lituânia a tentarem também disputar o gás dos EUA.

A União Europeia importa hoje 114 mil milhões de metros cúbicos de gás natural da Rússia, correspondendo a cerca de 40% do gás que entra na Europa, do qual 80% atravessa o território ucraniano.

Moreira da Silva defende que a Península Ibérica, com as presentes infra-estruturas de armazenagem e os sete terminais de gás natural liquefeito (um dos quais em Sines), incluindo o reforço das interligações já consideradas prioritárias por Bruxelas, tem capacidade para abastecer 50 mil milhões de metros cúbicos do consumo de gás europeu.

Contas feitas, as actuais infra-estruturas e interligações de Portugal e Espanha permitem, contudo, substituir apenas 3% a 5% do gás da União Europeia. Um valor que pode subir para 9%, argumenta Moreira da Silva, caso sejam incluídas as interligações previstas no âmbito dos projectos de interesse comum, como a terceira interligação entre Portugal e Espanha, a realizar pela REN, e o reforço entre Espanha e França.

O Governo já fez, no entanto, saber que estes dois projectos estão associados e que só dá luz verde para a REN para avançar quando a ligação a França estiver assegurada. "Com novas interligações podemos chegar aos 40% de todo o gás importado da Rússia, o que significa 60% do gás que atravessa a Ucrânia", diz Moreira da Silva.

"Tendo os EUA vindo a ganhar um protagonismo significativo na geoestratégia do gás natural, o posicionamento da Península Ibérica como porta de entrada alternativa da União Europeia é uma grande oportunidade".Posição que é partilhada por Ribeiro da Silva, presidente da Endesa Portugal, grupo energético italiano que firmou recentemente dois contratos com os EUA para a futura importação de gás e que já utiliza Sines para introduzir gás na Península Ibérica.

"Tudo isto depende do reforço das interligações com a Europa. Portugal está fortemente empenhado em assegurar no Conselho Europeu, em Outubro, que este projecto se concretize",
adiantou o ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia que procurará ainda promover nos EUA o 'know how' adquirido por Portugal na área da economia verde.

Missão Empresarial

  • O ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva vai aos EUA com o secretário de Estado da Energia, Artur Trindade, a convite do secretário de Estado da Energia norte-americano Ernest Moniza, para promover a economia verde.
  • A missão integra Dourogás, EDP, Efacec, Endesa, Galp, Oz Energia, REN, bem como a AdP, Xylem Water Solutions Portugal e a NGNSIngenious solutions.
  • Da lista fazem ainda parte a Associação de Gás Natural, APREN, CEIIA, INESC Porto, MIT Portugal, Parceria Portuguesa para a Água e a WAVEC.

Diário Económico, 11 de junho de 2014

Quem Somos

O Connect INESC TEC junta os antigos colaboradores do INESC TEC. Pretendemos manter ligações fortes com os nossos antigos colaboradores, que podem aqui receber notícias sobre o Laboratório Associado e manter contacto com os seus antigos colegas.

Cadê Você?

Ler mais